O tratamento do Esporão de Calcâneo, ou Fascite Plantar, é realizado pelo Ortopedista especialista em Pé e Tornozelo.
O Dr. Felipe Serzedello é referência em Pé e Tornozelo e se destaca pelos cuidados ortopédicos especializados.
Na enorme maioria dos casos, a causa da dor é a inflamação que ocorre na fáscia plantar – Fascite Plantar – e não a presença do esporão do calcâneo.
Quando o paciente chega ao consultório devido à dor no esporão, ao avaliar o caso, quase sempre nos deparamos com o diagnóstico de Fascite Plantar.
A confusão entre os diagnósticos ocorre principalmente porque o esporão tornou-se mais “famoso” entre as pessoas, uma vez que é facilmente identificado nas radiografias quando está presente.
Entretanto, aproximadamente 50% das pessoas com dor característica de esporão no calcanhar, na realidade, não têm o esporão na radiografia.
Em resumo, de maneira geral, o que causa a dor no calcanhar é a Fascite Plantar e não o Esporão do Calcâneo.
A fáscia plantar é uma faixa de tecido bastante resistente, localizada profundamente na sola do pé, que faz a conexão entre o osso do calcanhar e a base dos dedos.
Ela é formada principalmente por colágeno do tipo 1, sendo muito resistente e projetada para suportar grandes tensões.
Para entender melhor a Fascite Plantar, é essencial conhecer a anatomia do pé, especialmente a estrutura da fáscia plantar:
Tecido denso que percorre a sola do pé, sustentando o arco plantar e absorvendo os impactos durante atividades físicas. Pode ser dividida em três faixas, ou bandas:
Também chamada de aponeurose plantar
Localizada na borda interna do pé
Localizada na borda externa do pé
Ponto de inserção da fáscia plantar, onde a dor é mais comumente sentida.
Conhecido como “curvinha do pé” - Estrutura curvada do pé, sustentada pela fáscia plantar, ligamentos e tendões, fundamental para a distribuição do peso e absorção de impacto.
As três principais funções da fáscia plantar são as seguintes:
Estabilizar mecanicamente e amortecer o impacto do pé durante o movimento normal de andar, correr e pular.
Em certos momentos, o pé precisa ser flexível para se ajustar a superfícies irregulares, enquanto em outras situações ele deve ser firme, para facilitar o caminhar.
Sustentar o arco longitudinal do pé, ou seja, a curvinha interna do pé.
Proteger as estruturas internas do pé (como músculos, vasos e nervos) do impacto contra o solo quando pisamos.
Quando a fáscia plantar é sobrecarregada ou esticada excessivamente, ela pode sofrer pequenas rupturas ou microlesões.
Esse trauma gera uma resposta inflamatória local, que é como nosso organismo lida com esse estímulo.
Nessa resposta inflamatória, os vasos sanguíneos próximos à área lesionada se dilatam (aumentam de diâmetro), permitindo que mais sangue flua para o local.
Esse aumento no fluxo sanguíneo traz nutrientes, substâncias inflamatórias e células imunes necessárias para o processo de reparo.
O inchaço resultante da inflamação exerce pressão sobre os nervos locais, além disso outras substâncias liberadas durante a inflamação aumentam a sensibilidade dos nervos.
E é dessa forma que a inflamação na fáscia plantar provoca dor e sensibilidade, que são sintomas típicos da fascite plantar.
Em alguns casos, o processo inflamatório não se resolve completamente, e a Fascite Plantar se torna crônica. Isso pode ocorrer devido a fatores como:
Se o pé continua a ser submetido ao mesmo estresse que causou a lesão original, o processo inflamatório pode ser mantido ou agravado.
Em algumas pessoas, a resposta imune pode ser exagerada, prolongando a inflamação e impedindo a cicatrização adequada.
Se a inflamação se tornar crônica, a fáscia plantar pode começar a ficar mais grossa, devido ao acúmulo de tecido cicatricial.
Esse espessamento, conhecido como fibrose, pode diminuir a flexibilidade da fáscia e levar a mais dor e rigidez, mantendo o ciclo da Fascite Plantar.
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da Fascite Plantar. A seguir, estão as causas mais comuns:
Atividades que envolvem longos períodos de pé, como correr, caminhar longas distâncias ou permanecer em pé por muito tempo, podem causar microlesões na fáscia plantar.
Pessoas com pés chatos (sem arco) ou pés cavos (arcos muito altos) estão em maior risco, pois essas condições podem sobrecarregar a fáscia plantar.
O excesso de peso aumenta significativamente a pressão sobre a fáscia plantar, elevando o risco de inflamação.
Sapatos com pouco suporte para o arco do pé ou com solas muito finas podem agravar a condição.
Com o passar dos anos, a fáscia plantar pode perder elasticidade, tornando-se mais propensa a lesões.
Esportes como corrida, crossfit e dança colocam uma pressão adicional sobre a fáscia plantar.
Ocasiona encurtamento muscular e menor flexibilidade da fáscia plantar.
Algumas condições como artrite reumatoide, uveíte, psoríase, doença de Crohn e Colite, elevam risco de Fascite Plantar.
A Fascite Plantar manifesta-se principalmente através de dor no calcanhar, que pode ocorrer em apenas um dos pés ou afetar ambos simultaneamente, variando em intensidade e localização.
Os 4 principais sintomas são os seguintes:
A dor geralmente é mais intensa na parte de baixo do
calcanhar e tende a ser mais aguda ao levantar-se de
manhã ou após longos períodos sentado. Algumas pessoas descrevem a dor como pisar em um prego ou uma pontada no calcanhar.
Em muitos casos a dor e a rigidez são mais fortes ao dar os primeiros passos do dia.
Embora a dor possa diminuir durante a atividade física, ela tende a piorar após o término do exercício, quando o pé "esfria".
Em alguns casos, a dor pode ser acompanhada por uma sensação de queimação que se estende pela sola do pé.
O diagnóstico da Fascite Plantar é geralmente clínico, baseado nos sintomas relatados pelo paciente e em um exame físico detalhado.
Durante o exame, é importante avaliar não apenas o ponto de dor no calcanhar, mas também toda a extensão da fáscia plantar, possíveis encurtamentos musculares da panturrilha, alinhamento do pé e do membro inferior, assim como o padrão de marcha que o paciente apresenta.
Em alguns casos, os exames complementares podem ser solicitados para uma avaliação mais detalhada. O ultrassom e, principalmente, a ressonância magnética são os mais utilizados.
Espessamento e edema da fáscia são características típicas de Fascite Plantar que podem ser observados no exame de ressonância magnética
Além disso, a ressonância magnética também pode ser solicitada para afastar outros diagnósticos, como a fibromatose plantar e aprisionamento de nervos.
Sim, a Fascite Plantar tem cura.
Porém, é importante destacar que essa é uma condição que evolui de forma lenta.
No planejamento do tratamento, o paciente precisa compreender que os resultados podem levar tempo para aparecer. Isso ajuda a evitar frustrações e diminui a chance de desistir das medidas antes que elas comecem a fazer efeito.
O tempo de recuperação pode variar de pessoa para pessoa, e é importante que o paciente siga rigorosamente o plano de tratamento para evitar que a condição se torne crônica.
Com um manejo correto, a maioria das pessoas consegue aliviar os sintomas e voltar às suas atividades normais sem dor!
O tratamento da Fascite Plantar depende da gravidade dos sintomas e da resposta do paciente às terapias iniciais. A seguir, estão as principais abordagens terapêuticas:
A maioria dos casos de fascite plantar pode ser tratada com medidas conservadoras. Alguns estudos indicam que mais de 90% dos pacientes com fascite plantar podem melhorar dos sintomas em até 10-12 meses de tratamento adequado.
Confira 8 medidas iniciais fundamentais:
Evitar atividades que agravem a dor é essencial para a recuperação da fáscia plantar, principalmente na fase aguda, no auge da inflamação.
Aplicar gelo na área afetada por 15 a 20 minutos, várias vezes ao dia, pode ajudar a reduzir a inflamação.
Alongar a fáscia plantar, o tendão de Aquiles e os músculos da panturrilha pode aliviar a dor e melhorar a flexibilidade.
Palmilhas podem fornecer suporte adicional ao arco do pé, naqueles casos em que há indicação de seu uso, reduzindo a pressão sobre a fáscia plantar.
Exercícios específicos, guiados pelo fisioterapeuta, para fortalecer os músculos do pé e da perna, melhorando a postura e diminuindo a tensão na fáscia plantar.
Abandonar o sedentarismo e incorporar atividade física à rotina, privilegiando aquelas de baixo impacto e alto alongamento.
A obesidade e o excesso de peso sobrecarregam a fáscia plantar. Manter o peso adequado auxilia a diminuir a inflamação.
Calçados de salto muito alto ou então com solado de baixa qualidade e pouca estrutura, não dão o suporte necessário para o pé e sobrecarregam a fáscia plantar.
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Se as medidas conservadoras não forem eficazes, outras opções de tratamento podem ser consideradas:
Essa técnica utiliza ondas de choque de alta energia para estimular a cicatrização na fáscia plantar. É uma opção para casos crônicos nos quais outras terapias falharam.
O uso de órteses ou talas noturnas pode ajudar a manter o pé em uma posição alongada durante a noite, prevenindo a contração da fáscia plantar e reduzindo a dor pela manhã.
Em casos de dor intensa, medicamentos podem ser injetados diretamente na área afetada, mas essa prática deve ser usada com cautela devido aos possíveis efeitos colaterais.
A cirurgia é considerada uma última opção e geralmente é recomendada apenas quando todos os tratamentos conservadores e avançados falham:
É realizada a liberação parcial da fáscia plantar do osso do calcanhar, para aliviar a tensão.
É realizada a liberação parcial do músculo gastrocnêmio (medial) de sua origem, melhorando o alongamento de cadeia posterior e aliviando a tensão da fáscia plantar.
Prevenir a fascite plantar é possível, especialmente em pessoas que apresentam fatores de risco.
Algumas medidas preventivas incluem:
Escolher sapatos que ofereçam bom suporte ao arco do pé e amortecimento adequado é essencial. Evite usar constantemente sapatos de salto alto e também aqueles de solado muito mole, como rasteirinhas e chinelos.
Manter um peso saudável ajuda a reduzir a pressão sobre os pés.
Realizar exercícios de alongamento dos músculos de cadeia posterior, principalmente os da panturrilha e da própria fáscia plantar, pode prevenir lesões.
Substituir exercícios de alto impacto, como corrida, por atividades de menor impacto, como natação ou pilates, pode reduzir o risco de desenvolvimento de fascite plantar.
Além das informações clínicas, existem algumas curiosidades interessantes sobre a fascite plantar que muitas pessoas desconhecem:
Muitos atletas profissionais sofrem de fascite plantar devido ao estresse repetitivo em seus pés. A fascite plantar já afastou atletas de alto nível de competições importantes, evidenciando a gravidade que essa condição pode alcançar.
Embora o termo "fascite plantar" seja moderno, evidências de problemas semelhantes foram encontrados em esqueletos antigos. Algumas culturas antigas acreditavam que a dor no calcanhar era um sinal de punição divina.
Mulheres que usam salto alto frequentemente têm maior risco de desenvolver fascite plantar. Isso ocorre porque os saltos altos alteram a distribuição de peso nos pés, sobrecarregando a fáscia plantar.
A Fascite Plantar pode ser debilitante se não tratada adequadamente.
Se você estiver enfrentando sintomas de fascite plantar, é importante procurar um médico para obter um diagnóstico preciso e orientação sobre o tratamento mais adequado.
O médico especialista em Fascite Plantar é o Ortopedista com Especialidade em Pé. Dr. Felipe Serzedello é Ortopedista com Especialidade em Pé em São Caetano do Sul – SP, onde atende pacientes com Fascite Plantar.
Dr. Felipe Serzedello é Especialista em Pé pela Universidade de São Paulo (USP) e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Pé e Tornozelo (ABTpé), e realiza o tratamento completo da Fascite Plantar.
Com as opções terapêuticas disponíveis hoje, a maioria das pessoas pode encontrar alívio significativo e continuar suas atividades diárias sem dor!
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